o que os olhos não veem,

o coração fica louco.

segunda-feira, outubro 16, 2006

 
É a terceira manhã seguida que minha mãe acorda e me encontra de frente pro computador. Que saco. Pelo menos dessa vez ela não se deu ao trabalho de fazer aquela cara espantada de "você ainda não dormiu?" - ou fui eu que não me dei ao trabalho de conferi-la? Whatever. Ela perguntou se eu tinha insônia. - Insônia é quando a pessoa não dorme quase nunca, certo? - "Não, mãe, eu não tenho insônia, eu durmo, só não nos horários convencionais". Daí ela me mandou fazer um levantamento rápido das minhas horas de sono nos últimos dias e, de fato, eu tinha passado muito mais horas acordada. Diagnosticou: "Isso é um tipo de insônia" e podia ter parado por aí, pra felicidade de ambas; ela acusando embasadamente e eu me orgulhando do meu mais novo probleminha cool adquirido, como quando a mesma constatou minha crise existencial. Mas ela continuou: "Você ainda está indo na psicóloga, né?". Puta que pariu. Eu odeio essa visão dela de que todo probleminha no mundo requer uma psicóloga [ talvez, muito obviamente, por ela ser uma], de que todo probleminha, típicos à um adolescente, me torna a pessoa mais infeliz do mundo...meu deus! Eu sou sim uma adolescente, cheia sim de probleminhas cretinos que me parecem catastrofes, mas não, eu não vou morrer por isso, eu não sou doente, nem louca [não mais do que qualquer outra pessoal], nem, acreditem, infeliz; sou até feliz! Porque até nessas dorzinhas eu sinto prazer. Claro! Eu adoro isso, meu, I mean, mãe! Eu adoro me sentir adolescente, vivendo o que cabe a um! E então eu quero reclamar: Me deixem ser! Me deixem ser! Me deixem viver as mediocridades necessárias, me drogar com as drogas da moda, encher a cara e dar pra todo mundo pregando o amor livre - provavelmente me sentindo uma bosta no dia seguinte, me deixem viver o que tiver que viver! Bater minha cabecinha e me foder e me rasgar nas noites soltas de uma cidade poluída - eu quero essas cicatrizes! Eu as quero! Me deixem ser alguma coisa por inteiro, afinal! Porque quando eu tentei ser politicamente correta e ética, eu cometi aqueles deslizes aos quais todo ser humano é passível e agora eu me sinto ordinária porque eu não fui nada com integridade! Nem isso, nem aquilo; nem doce, nem amarga; nem santa, nem puta: ordinária.
Eu juro que eu vou ser uma adulta centrada, com emprego e renda - acima de 15 salários mínimos mensais - estáveis, mas, por hora: vou fugir de casa, raspar o cabelo, dar pra um professor e experimentar aquelas bolinhas que me ofereceram semana passada [não necessariamente nessa ordem], sem qualquer culpa - ou com toda a culpa do mundo, eu quero mesmo é o pacote completo.

E, "Sim, mãe, eu continuo frequentando a psicóloga".

sexta-feira, outubro 13, 2006

 
os dias estão passando tranquilos.
quase não os noto.
foi rápido, que bom.
não há emoção, mas também não há dor.
não, eu não me sinto uma merda.
estou tão feliz de te ver escorrendo pelo ralo do meu banheiro.

domingo, outubro 08, 2006

 
- quer?
- não, eu não fumo, já te disse.
- você fumava quando eu te conheci.
- é verdade, tava fumando naquele dia...mas não sou fumante, fumo muito raramente.
- hum...melhor mesmo, faz mal.
- que nada...você não acha melhor, você acha bonito fumar...eu também acho.
- não, eu não acho.
- acho que você acha sim.
- ...é, talvez.
- ...
- você fumava quando eu te conheci.
- mas eu não fumo.
- você me enganou.
- você se enganou.

foi assim;

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