o que os olhos não veem,

o coração fica louco.

domingo, fevereiro 26, 2006

 
Se eu fosse lhe fazer um desses depoimentos orkutianos seria bem direta, três palavras:" amei sem querer".
fiquei na tentação de fazê-lo agora.aí veio o bom-senso, ufa.
gritar que amo seria suicídio. - seria suicídio?


e conto um segredo.conto assim pro mundo e somente pra você:
fiquei com outro simplesmente pra lhe fazer ciúme.
e imaginei a sua língua pra sobreviver àquele desconhecido-não-desejado.
nem chegava perto, é claro.
nem melhor nem pior, você me entende.
só não chegava perto.
e você nem viu, eu sei.
eu lá, trocando fluidos por você e você "nem-nem".
'bêbado-e-falando-merda", me disseram.
feliz, provavelmente.

puta merda.
teve um tempo que éramos os dois.
juntos.

puta merda.
puta merda.

sábado, fevereiro 25, 2006

 

da novela-décadence da minha minha.

muita coisa aconteceu.
:
o l'amour sumiu.
do nada, "quero estar solteiro"
depois explicaram - e não foi ele -, um romance ainda o perseguia.
e eu podia dizer não entender?
larguei a mão com a facilidade de quem nem chegou a toca-la. - era verdade.

depois.muitas coisas e poucas coisas:
encontrei fernanda young e fui lê-la.aritmética.fiquei na dúvida no final.autobiográfico demais, talvez.deu pra aproveitar: uma semana de leitura.

então chegou um rapaz de 18 anos, quase todo virtual, um não-sei-o que-familiar.
e um certo encantamente.ambas as partes, talvez.talvez não, talvez só me achasse gostosa.mas é o tipo de coisa que eu não posso saber.se houve encantamente ele não disse. e nem dirá.ele é assim. - infantilidade?
um dia antes de partir, um encontro, quase casual.beijos.1, 2 ou 3.não sei das impressões dele.mal sei das minhas.álcool, meu amigo álcool.ye.

e ainda o resto da caravana: virtuais, reais, imaginários...

como assim eu ainda encontro o outro, o primeiro-fora, e ele fala comigo com aquela cara lavada?sem culpa nos olhos, sem peso?e pergunta: tudo bem?, repetindo a pergunta 3 segundos depois, como se quisesse uma resposta sincera, como se quisesse realmente sabê-lo.claro que não lhe dei o prazer da verdade: não.não está tudo bem.e eu mal consigo respirar desde que você foi embora, seu filho da puta. - ainda que as últimas palavras estivessem posicionadas estrategicamente na ponta da língua,loucas pra serem gritadas.

ai meu deus, é muita cara-de-pau pra esse coração aqui, viu?
i'ts too much.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

 

Apaixonar, apaixonar-se...



Pintou as unhas meticulosamente de vermelho.Estava decidida, não sabia ao certo a quê: apaixonar, apaixonar-se...Deu uma olhada rápida nos CD’s, esperando bater os olhos naquele que fosse mais adequado à ocasião e escolher, sem balbuciar.E assim o foi - o que lhe parecia bom sinal: botou o like a virgin da Madonna no último volume.Às 22:45 estava pronta.O salto agulha do scarpin vermelho lhe incomodava um pouco, mas, dando aquela última olhada no espelho, decidiu que valia a pena.Eram 22:58 quando o táxi chegou.Antes ela havia fumado um cigarro e dado comida à Sofia, sua gata siamesa.
No táxi, apontou as entradas que iam dar na boate já freqüentada da galera, mas, hoje era a primeira vez que ela ia sozinha.Queria pedir uma bebida adequada, algo que não a deixasse nem muito suscetível nem muito inacessível.Pediu licor de menta, sem muita segurança.Era uma quinta-feira e a galera conhecida não estava lá, o que a deixou aliviada, ela queria mesmo era estar anônima.
Naquela noite fumou muito mais do que de costume.Acontece que na verdade ela nunca fora fumante, começara a dar suas primeiras tragadas há alguns meses, por dois distintos motivos: tinha lido em algum canto que “todo estilista fumava” e o outro, mais melodramático: tinha levado um fora recentemente, de um fumante, que abominava moças que se faziam da mesma prática [havia ainda outra razão, fruto da sua gestalt, mas essa ela desconhecia: o cheiro do cigarro lhe era acolhedor, lhe remetia ao pai.].
Sentada no bar, chegou a receber algumas cantadas e a conhecer algumas pessoas: uma caloura de design; um paulista gay, recém-chegado na cidade, nada demais.Foi às 00:12, aproximadamente, que um homem sentou-se ao seu lado.Um pouco mais velho, nem magro nem gordo, nem alto nem baixo e longe de ser bonito.E de ser feio também.Ela o fitou numa mistura de curiosidade e desprezo.Ao mesmo que ele parecia poder lhe oferecer mil coisas, também parecia desprovido de qualquer substancialidade.
No tempo que fitou o moço - e foram alguns minutos - não obteve qualquer resposta e isso a intrigou um tanto mais.Como assim ele não a olhava e não a paquerava?Ela era uma mulher notável: busto farto, cintura marcada, longos cabelos negros, olhos amendoados e uma aura misteriosa prazerosamente forjada.
Não agüentou: foi puxar assunto.Falou algo sobre a peculiaridade das quintas-feiras à noite, uma bobagem qualquer inventada na hora.O rapaz tava mesmo distraído.- O quê?Ela pensou em repetir a bobagem, mas de repente sentiu-se ridícula e caiu no clichê, - Você tem fogo?Ele não tinha.Não fumava, era capricorniano, filho único e tinha se formado recentemente em engenharia química.O papo se deu muito facilmente e em menos de meia hora os dois estavam aos beijos.
Foi engraçado como em pouco tempo teve a impressão de estar diante de um homem apaixonado, era visível o brilho no canto dos olhos, como quem acabara de descobrir a mulher de sua vida.E não foi só uma impressão.Num, dos poucos momentos de silêncio que se deu entre os dois, ele aproveitou pra lhe revelar o quanto estava feliz por te-la conhecido, o quanto ela lhe parecia única e especial, a mulher com quem sonhara, etc e tal.Notou, é claro, que, assim como ela no início da conversa, o moço se usou de muitos clichês, mas ao contrário do que se imaginaria, aquilo tudo lhe parecia - ainda que extremamente surreal, já que também extremamente repentino - muito sincero.Pra ela, no entanto, ele continuava sendo o mesmo homem-incógnita que havia avistado algumas horas antes - agora com direito a uma boa troca de salivas.
Quando ela anunciou que pretendia ir pra casa o homem logo se ofereceu a leva-la.Ela aceitou.No trajeto, o silêncio foi maior.Ele dirigia tranqüilo, nenhuma grande expressão, apenas mandava um sorriso ou outro entre os sinais vermelhos.Ela correspondia meio dispersa, havia uma dúvida atormentando-a: devia ou não convidar o rapaz pra passar a noite?
Nunca havia transado.Já tinha feito o diabo a quatro com rapazes - e com algumas moças também, é verdade - mas nunca havia transado.É que desde nova sempre achou que aquilo de perder a virgindade deveria ser algo a ser dividido com alguém especial, com muito amor, carinho e aqueles ingredientes todos que a gente lê em revistas para teenagers.Bem, não achava mais.
-Você quer subir comigo?Ela adorou dizer, calculando um duplo sentido sutil, que provavelmente só ela percebeu.
Naquela noite fizeram sexo em todos os cômodos, em todas as posições, tudo com muito carinho e respeito – tanto quanto era possível.Ela riu internamente quando ele, com cara de bobo, se despediu num beijo demorado e intenso, dizendo que logo ligaria pois não via a hora de passar os restos de seus dias ao lado dela, enquanto ela pensava que desculpa usaria, pra nunca mais revê-lo, quando ele ligasse.A verdade é que aquilo ali era muita melosidade pra ela.E depois concluiu um tanto decepcionada: naquela noite ela havia saído pra apaixonar mesmo.
Que fosse.Não dá pra se ter tudo, não é mesmo?
Na sexta-feira ela acordou até feliz, seu cabelo parecia ter tomado mais jeito e ela até cumprimentou o porteiro.O telefone não tocou.No sábado levou Sofia ao veterinário, pagou umas contas atrasadas e até aceitou um convite de uma amiga pra jogar conversar fora num bar ali perto.O telefone?O telefone não tocou.No Domingo almoçou com a mãe, varreu a casa, botou o lixo pra fora e terminou de baixar umas mp3s no seu computador, devorando um prato de brigadeiro.Enquanto o telefone continuava sem tocar.
Foi na segunda-feira, depois de derramar rios de lágrimas assistindo a um filme romântico reprisado pela tela quente, que constatou estatelada: naquela noite, merda, naquela noite de quinta-feira, ela havia saído era pra se apaixonar.

...

Muitos meses depois chegou a cruzar com o rapaz no supermercado: olharam-se rapidamente, trataram-se como desconhecidos.
Nesse dia chorou mais um tanto, é verdade.Mas depois, bem, depois ela pintou as unhas meticulosamente de vermelho.Estava decidida, não sabia ao certo a que: apaixonar, apaixonar-se...

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

 
"as mensagens com mais de 30 dias serão automaticamente excluídas desta pasta."
ou
as histórias de amor com mais de 30 dias serão automaticamente excluídas deste coração.


perfeitamente aliviante, sabe?

foi assim;

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