o que os olhos não veem,

o coração fica louco.

terça-feira, agosto 30, 2005

 

Pra Itália.

Ele é(era?) uma experiência pra mim: até onde vai meu atrevimento, esse meu (falso?) espírito de menina-mulher-segura?
Mas eu gosto de lembrar, gosto de pensar: ele podia simplesmente não ter sentado, não ter atendido meu pedido ou, tendo atendido, podia ter fugido em seguida.Mas ele ficou, ficou e falou simples: "que bonitos teus olhos".Eu lembro que foi lindo e aí realmente lamento ter bebido tanto, porque eu queria lembrar disso melhor- o álcool ajudou até certo ponto.Lembro que eu pude dizer o mesmo: os olhos dele eram de um azul claríssimo.Eu brinquei com ele e falei meia dúzia de besteiras que provavelmente eu me arrependeria, caso lembrasse.Lembro que depois de ouvir uma delas ele riu e perguntou quantos anos eu tinha, eu, sendo devidamente infantil, fiquei calada e devolvi a pergunta.Ele: "quantos tu me dá?", " uns 22 ou 23", disse, cheia de certeza, então ele de novo, sorriso leve no rosto: "quantos tu tem, menina?", eu: "19.e tu, por fim?", "27", respondeu rindo mais, como se achesse aquilo um tanto absurdo.Eu, por minha vez, fiz minha cara de menina-de-19-anos-quando-fica-com-caras-mais-velhos, algo como: "ah, nem acho a diferença tão grande assim", mesmo achando um pouco talvez, mesmo gostando de achar. Depois, fazendo mesmo o papel de cara de 27 anos num bar às 5:30 da manhã, ele anunciou que "já" iria.Eu confessei querer ficar mais e convites foram feitos: "quer ir pra minha casa?", e respondi: "tenho uma mãe me esperando...(não que eu tivesse realmente, até porque ela estava viajando, mas outros motivos, como o fato de ter duas amigas com planos de dormir na minha casa, me empediam de ir) quer ir pra minha?", ele topou, mas quando deveríamos partir uma das amigas passava mal e tivemos que aguardar.Então, novamente os ossos dele devem ter lhe lembrado da sua idade(é a melhor das hipóteses, de certo), pois de novo ele disse: "já vou".Achei melhor não insistir: "tá, mas quero te ver depois".E de novo: "eu vou embora", "tá certo( entendi,oras)","eu vou embora do Recife, menina", "(ahhhh, do Recife!)do Recife?é?pra onde?", "pra Itália", "(eita, que loooonge.) é?fazer o que na Itália?", "um filme".Suspiros- é que eu realmente precisava revê-lo.Ele sugeriu: "pega meu telefone.ou quer que eu pegue o teu?tem caneta?".Não tínhamos caneta.Eu peguei o dele.E ele: "diz o teu, tenho boa memória", "ah, certo, é fácil: 32414182", "ah, é. dobra, né?", "a-ham, viu como é fácil?".E aí ele foi de fato, e só aí eu percebi que meu telefone não dobrava coisa nenhuma, e só aí eu percebi que eu tinha dado o número errado.É.E tinha ainda o que fazer?...Lembro meio vagamente dele ter elogiado meu beijo, lembro, embora também vagamente, do próprio beijo: era um beijo bom.Lembro: geminiano, viajante, cineasta...É claro que falei do filme, Antes do Amanhecer, e disse: "Sabia que a gente pode ser almas gêmeas, menino?, mas provavelmente não." Ele riu.Falei da música de Raul.Falei que ele tinha um nome bonito- tinha mesmo.Ele também falou que gostou do "Maíra do Egito"e...
e,
e!
e?
...
Tem fim?

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